domingo, 29 de março de 2009

Até Amanhã


Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude , o vento e as areias.

Eugénio de Andrade

Rσ∂яเgσ > 29/03/2009 às 13:55h

domingo, 8 de março de 2009

MEU LACINHO DE FITA AZUL

Hoje dia internacional da mulher, me lembrei de uma cena de minha infância
que vez ou outra me vem á memória...
Eu era menina ainda e nos anos 60 a moda era usar laços de fita presos aos
cabelos. Todas usavam, mas comigo era mais complicado, por meu cabelo ser
liso e fino por demais, não segurava o laço de fita na cabeça. Eu sofria demais
por não poder usar o tal laço de fita, que por minha escolha era azul...
até que alguém conseguiu prendê-lo em meus cabelos...naquele momento me
senti a mais poderosa de todas as criaturas. O espelho não me cabia de
tanto que eu tentava ver o laço, que estava lógicamente atrás da cabeça e
por não conseguir vê-lo saí pela rua para mostar a todos o meu lindo la-
cinho de fita azul. Mas foi tanta a alegria e no meio da correria eu o perdi
pelo caminho e nunca mais o encontrei...
esta cena está até hoje em minha mente, pois foi a primeira vez em minha
vida que de menina me vi mulher, começando a perder os laços pelos caminhos
mas guardando para sempre em minha caixinha de pandora meus sonhos, meus
amores em meu lacinho de fita azul...
by Cléo

08 de Março - Dia Internacional da Mulher

Seus Malabarismos Mágicos Manipulam Marionetes.
Meninas, Mães, Madres, Marquesas e Ministras.
Madalenas ou Marias.

Marinas ou Madonas.
Elas são Manhãs e Madrugadas.
Mártires e Massacradas.
Mas sempre Maravilhosas, essas Moças Melindrosas.
Mergulham em Mares e Madrepérolas, em Margaridas e Miosótis.
E são Marinheiras e Magníficas.
Mimam Mascotes.
Multiplicam Memórias e Milhares de Momentos.
Marcam suas Mudanças.
Momentâneas ou Milenares, Mudas ou Murmurantes,
Multicoloridas ou Monocromáticas, Megalomaníacas ou Modestas,
Musculosas, Maliciosas, Maquiadoras, Maquinistas,
Manicures, Maiores, Menores, Madrastas,
Madrinhas, Manhosas, Maduras, Molecas,
Melodiosas, Modernas, Magrinhas.
São Músicas, Misturas, Mármore e Minério.
Merecem Mundos e não Migalhas.
Merecem Medalhas.
São Monumentos em Movimento, esses Milhões de Mulheres Maiúsculas.

Autor Desconhecido